segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Dom Casmurro, de Machado de Assis - Aula Livro

Olá!

E agora seguem abaixo a apresentação, a animação em flash com a sinopse e o vídeo com a música que usei no final!

Dom Casmurro
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Até mais!

Iracema, de José de Alencar - Aula Livro

Boa tarde!

Abaixo segue a apresentação e o vídeo usados na aula livro do dia 28/09/2008.

Iracema
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Até mais!
;)

sábado, 27 de setembro de 2008

Iracema, de José de Alencar - Vídeo

Amanhã, 28/09, teremos nossa aula livro sobre Iracema e em seguida Dom Casmurro.

Pra adiantar, deixo aqui uma seqüência de vídeos gravados por alunos (não sei a escola, eles não mencionam na descrição no YouTube). Os vídeos contam toda a história de um jeito bem divertido, digamos, uma vez q Iracema é protagonizada por um garoto! ;)

Parte 1:

Parte 2:

Parabéns aos alunos que realizaram este trabalho!
Ficou maravilhoso! Muito bem feito e sem perder o contexto da história, ao mesmo tempo que ficou divertido de assistir!

Até mais!

Update:
Agora, os créditos corretos:
O filme foi feito por alunos da Etec Presidente Vargas, Mogi das Cruzes/SP.
Hoje já são formados! ;)

Valeu, Luiz!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

No próximo post...

...Arcadismo!

Dá-lhe vida boêmia! rsss

Enquanto isso, um breve comparativo com o Barroco:



Até!

Vídeo - Barroco

"Passeando" no YouTube encontrei o vídeo abaixo sobre Barroco.
É um resumo super sucinto, mas muito valioso!



Não conheço o autor do vídeo, mas pela descrição o mesmo foi feito como trabalho de Literatura provavelmente apresentado no Colégio BJ em Recife.

Parabéns ao criador! ;)

Até mais!

Barroco

O estilo barroco teve uma orientação artística que surgiu na Itália, especialmente em Roma, na virada para o século XVII. Na verdade,serviu como uma reação ao artificialismo maneirista do século anterior. O novo estilo estava comprometido com a emoção genuína e, ao mesmo tempo, com a ornamentação vivaz.

A base para esse movimento foi o drama humano , que na pintura barroca foi bem encenado com gestos teatrais muitíssimo expressivos, sendo iluminado por um extraordinário claro-escuro e caracterizado por fortes combinações cromáticas.O termo Barroco é usado para designar o estilo que, partindo das artes plásticas teve seu apogeu literário no século XVII, prolongando-se até meados do século XVIII.

A REFORMA

O Barroco se manifestou em um período em que a igreja tinha uma forte influência na sociedade européia. Isto fez com que alguns dos seus membros ou que nela se infiltraram não por motivos puramente religiosos, mas pelo desejo de ter um status, já que na época fazer parte do clérigo era visto como algo de grande valor e isto fazia com que pessoas que não tinham verdadeiras vocações religiosas tivessem cargos dento da religião e assim através da atuação clerical vivessem como senhores nobres ou como pecadores contumazes, contrariando os ideais de humildade e simplicidade da doutrina cristã.

Esta situação serviu como forte motivo para uma cisão ou divisão dentro da igreja, que foi definitivamente concretizada pela Reforma Protestante de Martinho Lutero, iniciada em 1517, seguida da entrada de João Calvino, em 1532.

Os reformadores, Lutero na Alemanha e Calvino na França, reivindicavam a reaproximação da Igreja do espírito do cristianismo primitivo. Calvino tinha a idéia de que todos os fiéis podiam ter acesso ao sacerdócio, inclusive as mulheres. Era contra a hierarquia e colocou pastores como ministros das igrejas, aos quais era permitido o casamento.

Calvino pregou a teoria da predestinação, para ele era Deus que daria a salvação a poucos eleitos e que o homem tinha que buscar o lucro por meio do trabalho e da vida regrada, isto marcou a ética protestante ficou bem atraente para o pensamento capitalista principalmente para a burguesia.

A CONTRA-REFORMA

Com o objetivo de acabar com os exageros que haviam afugentados muitos fiéis e permitiu o êxito dos reformistas em alguns países, com isso a igreja começou a organizar a contra-reforma. Para isso, foi convocado o Concílio de Trento (1545-1563), com o objetivo de restabelecer a disciplina do clero e a reafirmação dos dogmas e crenças católicos.

Depois do Concílio de Trento, criou-se o índex, uma espécie de índice para censurar os livros que pregavam doutrinas contrárias ou diferentes da doutrina católica. A inquisição passa a ser reorganizada para ter julgamentos de cristãos, hereges e de judeus acusados, ou seja de qualquer pessoa que fosse contra os princípios cristãos ou da igreja dominante da época. A tentativa de conciliar o espiritualismo medieval e o humanismo renascentista resultou numa tensão, ou uma disputa entre forças opostas: o teocentrismo e o antropocentrismo.

CARACTERÍSTICAS DA LITERATURA BARROCA

» Culto do contraste: o dualismo barroco coloca em contraste a matéria e o espírito, o bem e o mal, Deus e o Diabo, céu e a terra, pureza e o pecado, a alegria e a tristeza, a vida e a morte.

» Consciência da transitoriedade da vida: a idéia de que o tempo consome, tudo leva consigo,e que conduz irrevogavelmente a morte, reafirma os ideais de humildade e desvalorização dos bens materiais, ou seja sem apego aos bens materiais.

» Gosto pela grandiosidade: característica comum expressa com o auxilio de hipérboles, ou seja exageros, figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente algo a que se estar referindo.

» Frases interrogativas: que refletem dúvidas e incertezas, questionamentos: “que amor sigo? Que busco? Que desejo? O que quero da vida?

» Cultismo: é o jogo de palavras, o estilo trabalhado. Predominam hipérbole, hipérbatos (isto é, alteração da ordem natural das palavras na frase ou das orações no período) e metáforas (comparações), como: diamantes que significam dentes ou olhos.

» Conceptismo: é o jogo de idéias ou conceitos, de conformidade com a técnica de argumentação. É comum o uso de antítese, ou seja idéias contrárias, paradoxos. enquanto os cultistas tinham a visão direcionada aos sentidos, já os conceptistas eram direcionados a inteligência.

BARROCO EM PORTUGAL

O Barroco desenvolveu-se dentro de um período que alternava momentos de depressão e pessimismo com instantes de euforia e nacionalismo. É uma época de crise, turbulência e incertezas que serviu de inspiração para uma arte dinâmica, violenta, perturbada, diferente da clareza, do racionalismo e da serenidade desejados pelos clássicos.

É a arte do conflito, do contraste, do dilema, da contradição e da dúvida. Reflete o conflito entre a herança humanista, renascentista, racionalista e clássica do homem quinhentista (século XVI) e o espírito medieval, místico, religioso, exacerbado pela Contra-Reforma Católica. Expressa, na irregularidade de suas formas contrastantes, o conflito espiritual entre: fé e razão, teocentrismo e antropocentrismo, ceticismo e mundanismo, misticismo e sensualismo, céu e terra, alma e corpo, espírito e carne.

É expressão de um homem repartido entre forças e princípios rivais: esta vida e a outra vida; o mundo daqui e o de além; o natural e o sobrenatural. O corpo tenta a alma e quer queimá-la com a paixão; a alma castiga o corpo pecador, castiga-o com fogo porque quer purificá-lo e reduzi-lo a cinzas.

Desse espírito dualista decorrem: na Literatura, a sobrecarga de antíteses, paradoxos e oxímoros; na Pintura, o jogo de luz e sombra, de claros e escuros; na Escultura e na Arquitetura, a exacerbação dos contrastes alto-relevo e baixo-relevo, formas côncavas e convexas; na Música, os esquemas polifônicos geradores do contraponto e da fuga.

A produção seiscentista da Literatura Portuguesa privilegia como gêneros literários a poesia lírica, a oratória seca, o teatro de costumes, a prosa moralizante, a epistolografia e a historiografia.

Apesar dos extremos de preciosismo, de hermetismo, de afetação e de frivolidade que caracterizam a produção das academias poéticas de retórica (Academia dos singulares, Lisboa, 1628-1665; Academia dos Generosos, Lisboa, 1647 - 1717); apesar da esterilidade e do rebuscamento artificial dos poetas reunidos nas célebres antologias Fênix Renascida (Lisboa, 1716 – 1762) e Postilhão de Apolo (Lisboa, 1761 - 1762), o Barroco em Portugal deixou algumas contribuições importantes como o enriquecimento das possibilidades expressivas e impressivas da imagética (imagens, metáforas, símbolos, alegorias), a valorização de analogias sensoriais ainda não exploradas pela Arte, o aprofundamento dramático do sentimento da complexidade e do mundo interior e da análise racional desse mundo.


BARROCO NO BRASIL

Período artístico que, no Brasil, iniciou-se nos séculos XVII e XVIII, a partir do ciclo do ouro. Envolveu todas as atividades culturais e foi a primeira escola artística que conseguiu formular expressões tipicamente brasileiras, símbolos do nascente sentimento nacionalista. O barroco brasileiro caracteriza-se pelo movimento sinuoso das formas, pelo jogo dos opostos, pela luz tangente e pela exuberância dos detalhes e de ornamentos.

O Barroco, apesar de ter sido iniciado na Bahia, com o chamado Barroco Açucareiro, teve em Minas o seu ponto alto como arte, quer seja na escultura, arquitetura, pintura ou música. Com o Barroco Açucareiro, fica o mérito da literatura, com nomes como Gregório de Matos Guerra (1633-1696), também conhecido por Boca do Inferno, por sua poesia satírica, que condenava os alicerces sociais da Bahia na segunda metade do século XVII, e Pe. Antônio Vieira, maior representante da oratória sacra em língua portuguesa.

O barroco brasileiro apresenta peculiaridades que o diferenciam do barroco europeu. A arte barroca de Minas Gerais revela grande proximidade com a arte das cidades portuguesas de Braga e do Porto. O barroco mineiro acabou por sobrepujar ao da metrópole, especialmente nas obras de Aleijadinho, em Congonhas do Campo e Ouro Preto. O Barroco tornou-se a verdadeira expressão de liberdade, em uma fase de dominação e opressão. Consistiu na possibilidade de infringir as regras trazidas pelos europeus e criar soluções inesperadas. A integração das artes, característica do barroco mineiro, só foi possível com um trabalho sistemático de equipe, experimentando materiais locais e suas aplicações ideais. Os aperfeiçoamentos na arte de construir foram sucessivos. As irmandades estimulavam o surgimento dos artistas, especialmente na região das minas. A sociedade tornou-se mais flexível, menos rígida e menos preconceituosa com os artistas mulatos e caboclos. Criou-se uma consciência profissional e nacional. Arquitetos e mestres estipulavam regras e condições. As igrejas passaram a ser construídas com duas torres cilíndricas nos flancos dos frontispícios e a decoração interior sugeria a sinuosidade das pedras entalhadas, fundamentando o novo estilo. As torres foram coroadas de abóbadas de pedra.

Antônio Francisco Pombal, tio de Aleijadinho, criou em madeira, na Matriz do Pilar, em Ouro Preto, um espaço ovulado em forma de decágono irregular. Este novo estilo foi usado na Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de Catas Altas, e na Igreja de Santa Efigênia, também em Ouro Preto. Devem ser assinalados o acentuado relevo das figuras dos anjos e a modificação das estruturas dos altares.

Nas regiões litorâneas, o barroco diferenciou-se do mineiro. Ligado ao ciclo da cana-de-açúcar, o barroco nordestino aproximou-se da aristocracia rural, exuberante e pomposa, estilo que se refletiu na riqueza das construções eclesiásticas e nas grandes varandas das casas-grandes e santas casas.

No Rio de Janeiro, uma nova linguagem artística surgiu com características próprias: imagens de santos destacados da formas arquitetônicas e mais leveza nos maiores espaços lisos entre os ornatos. Francisco Xavier de Brito, autor da talha dos seis altares laterais da Igreja da Ordem Terceira da Penitência, e Manuel de Brito foram os introdutores das modificações que diferenciam o barroco carioca do barroco mineiro e nordestino.

PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS DA LITERATURA BARROCA

Em Portugal, a literatura barroca teve início em 1580, ano da morte de Camões e em que Portugal passa para o domínio espanhol. Seus autores mais representativos são: Padre Vieira, especialmente com sua obra “Os Sermões”, Padre Manuel Bernardes e D. Francisco Manuel de Melo. Termina em 1756 com o surgimento da Arcádia Lusitana, quando se inaugurou um novo período literário, o Arcadismo.

No Brasil, a literatura barroca começou em 1601 com o poema “Prosopopéia” de Bento Teixeira e terminou em 1768 com a publicação de “Obras Poéticas” de Cláudio Manuel da Costa, com o início do Arcadismo brasileiro.

Os principais autores da literatura barroca no Brasil são: Bento Teixeira, Manuel Botelho de Oliveira, Frei Manuel de Santa Maria Itaparica e, o mais importante deles, Gregório de Matos Guerra.

Antonio Vieira

Ninguém angariou tantas críticas e inimizades quanto o "impiedoso" Padre Antônio Vieira, detentor de um invejável volume de obras literárias, inquietantes para os padrões da época.

Politicamente, Vieira tinha contra si a pequena burguesia cristã (por defender o capitalismo judaico e os cristãos-novos); os pequenos comerciantes (por defender o monopólio comercial) e os administradores e colonos (por defender os índios). Essas posições, principalmente a defesa dos cristãos-novos, custaram a Vieira uma condenação da Inquisição, ficando preso de 1665 a 1667. A obra do Padre Antônio Vieira pode ser dividida em três tipos de trabalhos: Profecias, Cartas e Sermões.

As Profecias constam de três obras: História do Futuro, Esperanças de Portugal e Clavis Prophetarum. Nelas se notam o sebastianismo e as esperanças de que Portugal se tornaria o "quinto império do Mundo". Segundo ele, tal fato estaria escrito na Bíblia. Aqui ele demonstra bem seu estilo alegórico de interpretação bíblica (uma característica quase que constante de religiosos brasileiros íntimos da literatura barroca). Além, é claro, de revelar um nacionalismo megalomaníaco e servidão incomum.

O grosso da produção literária do Padre Antônio Vieira está nas cerca de 500 cartas. Elas versam sobre o relacionamento entre Portugal e Holanda, sobre a Inquisição e os cristãos novos e sobre a situação da colônia, transformando-se em importantes documentos históricos.

O melhor de sua obra, no entanto, está nos 200 sermões. De estilo barroco conceptista, totalmente oposto ao Gongorismo, o pregador português joga com as idéias e os conceitos, segundo os ensinamentos de retórica dos jesuítas. Um dos seus principais trabalhos é o Sermão da Sexagésima, pregado na capela Real de Lisboa, em 1655. A obra também ficou conhecida como "A palavra de Deus". Polêmico, este sermão resume a arte de pregar. Com ele, Vieira procurou atingir seus adversários católicos, os gongóricos dominicanos, analisando no sermão "Porque não frutificava a Palavra de Deus na terra", atribuindo-lhes culpa.

Trecho do Sermão da Sexagésima, no qual o padre critica seus contemporâneos:

“Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome, não importa nada; as ações, a vida, o exemplo, as obras, são as que convertem o mundo.”

Fonte:
· Cola da Web
· Literatura e Poesia
· Julio Battisti

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Recadinho

Meus amores!

Hoje finalmente terminamos de ver o Arcadismo, hein!

Mas por enquanto o blog está um pouco atrasado, então o próximo post será ainda sobre Barroco.
Em seguida colocarei a resolução dos exercícios Quinhentismo/Barroco e finalmente colocarei Arcadismo.

Sábado estarei no plantão, a partir das 14 horas.
E no domingo, Aula Livro comigo! -> Iracema e Dom Casmurro, a partir das 14 horas também!

Espero vocês!

Até mais!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Resolução de Atividades

Classicismo / Luís de Camões
Apostila 1 - Pag. 08 - Semi-Extensivo

1. Alternativa d

2. Alternativa b

3. Alternativa d

4. Alternativa c

Quinhentismo

Depois de 1500 , o Brasil ficou praticamente isolado da política colonialista portuguesa . Nenhuma riqueza se oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época . Só depois de 30 anos da descoberta é que a exploração começou a ser feita de forma sistemática e , assim mesmo , de maneira bastante lenta e gradativa .

O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses para a nova terra foi o pau-brasil , uma madeira da qual se extraia uma tinta vermelha que tinha razoável mercado na Europa . Para sua exploração , não movimentaram grande volume de capital , cuidado que a monarquia lusitana , sempre em estado de falência , precisava tomar . Nada de vilas ou cidades , apenas algumas fortificações precárias , para proteção da costa . Esse quadro sofreria modificações profundas ao longo do século XVI .

Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos organizada , a vida cultural sofreria de escassez e descontinuidade . A crítica literária costuma periodiza o início da história da literatura brasileira com o Barroso , em 1601. Como se vê , já no século XVII . Assim , uma pergunta se impõe : o que aconteceu no Brasil entre 1500 e 1600 , no âmbito da arte literária .

Esse período , denominado de "Quinhentismo ", apesar de não ter apresentado nenhum estilo literário articulado e desenvolvido , mostrou algumas manifestações que merecem consideração . Podemos destacar duas tendências literárias dentro do Quinhentismo brasileiro : a Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas .

A Literatura de Informação

Durante o século XVI , sobretudo a partir da 2a. metade , as terras então recém-descobertas despertaram muito interesse nos europeus . Entre os comerciantes e militares , havia aqueles que vinham para conhecer e dar notícias sobre essas novas terras , como o escrivão Pero Vaz de Caminha , que acompanhou a expedição de Pedro Álvares Cabral , em 1500 .

Os textos produzidos eram , de modo geral , ufanistas , exagerando as qualidades da terra , as possibilidades de negócios e a facilidade de enriquecimento . Alguns mais realistas deixavam transparecer as enormes dificuldades locais , como locomoção , transporte , comunicação e orientação .

O envolvimento emocional dos autores com os aspectos sociais e humanos da nova terra era praticamente nulo . E nem podia ser diferente , uma vez que esses autores não tinham qualquer conhecimento sobre a cultura dos povos silvícolas . Parece ser inclusive exagerado considerar tais textos como produções literárias , mas a tradição crítica consagrou assim .

Seguem alguns trechos da famosa Carta que Pero Vaz de Caminha enviou ao Rei D. Manuel de Portugal , por ocasião da descoberta do Brasil .

"E neste dia , a hora de véspera , houvemos vista de terra , isto é principalmente d'um grande monte , mui alto e redondo , e d'outras serras mais baixas a sul dele de terra chã com grandes arvoredos , ao qual monte alto o capitão pôs nome o Monte Pascoal e à Terra de Vera Cruz . A feição deles é serem pardos , maneira d'avermelhados , de bons narizes , bem feitos . Andam nus , sem nenhuma cobertura , nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas . E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto . Os outros dois , que o capitão teve nas naus , a quem deu o que já dito é , nunca aqui mais apareceram , de que tiro ser gente bestial e de pouco saber e por isso assim esquivos . Eles , porém , com tudo , andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me aprece ainda mais que são como aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que às mansas , porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão formosos , que não pode mais ser . E isto me fez presumir que não têm casas em moradas em que se acolham . E o ar , a que se criam , os faz tais . "

A Literatura dos Jusuítas

A título de catequizar o "gentio"e , mais tarde , a serviço da Contra-Reforma Católica , os jesuítas logo cedo se fizeram presentes em terras brasileiras . Marcaram essa presença não só pelo trabalho de aculturação indígena , mas também através da produção literária , constituída de poesias de fundamentação religiosa , intelectualmente despojadas , simples no vocabulário fácil e ingênuo.

Também através do teatro , catequizador e por isso mesmo pedagógico , os jesuítas realizaram seu trabalho . As peças , escritas em medida velha , mesclam dogmas católicos com usos indígenas para que , gradativamente , verdades cristãs fossem sendo inseridas e assimiladas pelos índios . O autor mais importante dessa atividade é o Padre José de Anchieta . Além de autor dramático , foi também poeta e pesquisador da cultura indígena , chegando a escrever um dicionário da língua tupi-guarani .

Em suas peças , Anchieta explorava o tema religioso , quase sempre opondo os demônios indígenas , que colocavam as aldeias em perigo , aos santos católicos , que vinham salvá-las . Vejamos um trecho de uma de suas peças mais conhecidas , o Autor de São Lourenço .

Durante o século XVI a literatura portuguesa se espelhava nos clássicos: Virgílio, Homero; no Brasil não haviam sequer muitas pessoas que soubessem ler. A maioria das obras escritas no Brasil na época não foram feitas por brasileiros, mas sobre o Brasil por visitantes. Elas são chamadas Literatura de Informação. Apenas dois autores da época podem ser considerados autores brasileiros: Bento Teixeira, o primeiro poeta do Brasil, e José de Anchieta, iniciador do teatro barsileiro.

Autores

Pero Vaz de Caminha

Pero Vaz de Caminha (1450?-1500) era o escrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral e o autor da "certidão de nascimento" do Brasil. Em 1499 Caminha foi nomeado escrivão da feitoria que Cabral fundaria nas Índias. Quando Cabral chegou "acidentalmente" no Brasil, foi Caminha que escreveu ao rei de Portugal relatando a "descoberta". Do Brasil Caminha partiu para a Índia, onde morreu no final do mesmo ano nas lutas entre portugueses e muçulmanos. A Carta de Caminha ficou inédita por cerca de 300 anos, mas quando foi publicada, em 1817, ajudou a esclarecer várias questões sobre o descobrimento.

"Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! A saber, primeiramente de um grande monte, muito alto e redondo; e de outras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos; ao qual monte alto o capitão pôs o nome de O Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz! " (Carta de Caminha)

Leia a carta de Caminha na íntegra aqui.

Pero de Magalhães Gândavo

Pero de Magalhães Gândavo ( ? - 1576?) foi um cronista que escreveu dois livros sobre o Brasil, sendo sua obra uma das melhores da Literatura de Informação. Professor de Latim, amigo de Camões (a quem dedicou uma de suas obras) e gramático, viveu algum tempo no Brasil e sobre o país escreveu Tratado da Terra do Brasil e História da Província Santa Cruz. Neles descreve a Geografia e a História das capitanias que visitou.

"Quezera escrever mais miudamente das particularidades desta província do Brasil, mas porque satisfizesse a todos com brevidade guardei-me de ser comprido; posto que os louvores da terra pedissem outro livro mais copioso e de maior volume, onde se compreendessem por extenso as excelências e diversidades das cousas que ha nella pera remédio e proveito dos homens que la forem viver." (Tratado da Terra do Brasil)

"A causa principal que me obrigou a lançar mão da presente historia, e sair com ella a luz, foi por não haver atégora pessoa quea emprendesse, havendo já setenta e tantos annos que esta Provincia he descoberta. A qual historia creio que mais esteve sepultada em tanto silencio, pelo pouco caso que os portuguezes fizerão sempre da mesma provincia, que por faltarem na terra pessoas de engenho, e curiosas que per melhor estillo, e mais copiosamente que eu a escrevessem." (História da Província Santa Cruz)

Bento Teixeira

Bento Teixeira (1560-1618) escreveu a primeira obra de literatura brasileira: Prosopopéia, inspirada em Os Lusíadas, quando tinha apenas 20 anos. Apesar de natural de Portugal, pode ser considerado um escritor brasileiro por que se mudou para cá ainda criança e escreveu no Brasil sobre o Brasil e para brasileiros.

José de Anchieta

O padre José de Anchieta (1534-1597) foi uma das grandes figuras do primeiro século de história do Brasil. Nascido nas Ilhas Canárias, domínio espanhol, tinha parentesco com Inácio de Loiola. De saúde frágil e dedicado aos estudos, Anchieta tornou-se jesuítas aos 17 anos de idade e naquele mesmo ano partiu para o Brasil. No Brasil Anchieta criou o teatro brasileiro: autos para a catequese dos índios. Também fez poesia em latim e escreveu tratados sobre o Brasil.

"Teme a Deus, juiz tremendo,
que em má hora te socorra,
em Jesus tão só vivendo,
pois deu sua vida morrendo
para que tua morte morra."
(Auto de São Lourenço)

Fonte:
· Algo Sobre Vestibular

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Luís Vaz de Camões (1525 - 1580)

Dúvidas e hipóteses cercam até hoje a vida de Camões. Nasceu provavelmente em Lisboa, por volta de 1525. Estudou em Coimbra, no convento de Santa Cruz. Freqüenta os serões do Paço Real e a vida boêmia de Lisboa, envolvendo-se com brigas e prostitutas. Talvez desterrado por causa de amores que arrumara no paço, parte para a luta contra os mouros, em Ceuta, onde, em combate, perde a vista direita.

Retorna a Lisboa. É preso por envolver-se em brigas.Viaja ao Oriente, a serviço do império. É nomeado, em 15569, provedor dos bens de defuntos e ausentes em Macau, na China. Acusado de prevaricador no desempenho do cargo, volta a Goa, sob prisão. Durante essa viagem, naufraga na foz do rio Mecon (Indochina). Nesse naufrágio, perde sua companheira chinesa, mas consegue salvar a nado, numa das mãos, os manuscritos de Os Lusíadas.

Retorna a Lisboa em 1570, paupérrimo. Publica, em 1572, Os Lusíadas. Leva uma vida miserável em Lisboa, apesar de uma pensão anual de 15 mil-réis, fornecida por D.Sebastião. Morre em 1580, em extrema miséria.
Considerado o maior poeta português do Classicismo e um dos maiores de toda a literatura em língua portuguesa, Camões “viveu tão intensamente o seu tempo, que se lhe tornou um símbolo acabado” (Massaud Moisés, Lírica).

Obras de Camões

1572- Os Lusíadas

Lírica
1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
1595 - Verdes são os campos
1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
1595 - Sobolos rios que vão
1595 - Transforma-se o amador na cousa amada
1595 - Sete anos de pastor Jacob servia
1595 - Alma minha gentil, que te partiste
1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso

Teatro
1587 - El-Rei Seleuco.
1587 - Auto de Filodemo.
1587 - Anfitriões

Para ler obras de Camões, clique aqui

Os Lusíadas

Os Lusíadas é uma obra poética escrita por Luís Vaz de Camões, considerada a epopeia portuguesa por excelência. Provavelmente concluída em 1556, foi publicada pela primeira vez em 1572 no período literário do classicismo, três anos após o regresso do autor do Oriente.A obra é composta de dez cantos, 1102 estrofes que são oitavas decassílabas, sujeitas ao esquema rímico fixo AB AB AB CC – oitava rima camoniana. A acção central é a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama, à volta da qual se vão descrevendo outros episódios da história de Portugal, glorificando o povo português.

Leia mais detalhes aqui.


Fonte:
· Brasil Escola
· Jornal da Poesia
· Sua Pesquisa
· Wikipédia

Classicismo

Classicismo é o nome que se dá à literatura produzida durante a vigência do Renascimento (século XVI).

As pessoas enxergavam a obra de arte como forma de manifestação de beleza e harmonia, pois estavam dispostos a resgatar a cultura clássica, esse interesse vinha desde o final do século XIII, na Itália, onde os humanistas (escritores e intelectuais), liam e traduziam autores latinos e gregos. Desse grupo, destacam-se Dante Alighieri, Petrarca e Bocaccio.

Durante esse período, Dante Alighieri criou a medida nova (verso decassílabo), Petrarca compôs seu Cancioneiro com 350 poemas e Bocaccio escreveu Decameron.

As obras literárias produzidas durante o Renascimento privilegiam as seguintes características:

- Recuperação de temas da Antigüidade Clássica;
- Perspectiva humanista;
- Universalidade;
- Racionalismo.


O homem do século XVI se volta para a realidade concreta e acredita em sua capacidade de transformar e dominar o mundo.
O gênero lírico floresce durante o Renascimento, mas a poesia épica é também valorizada.

Durante os séculos XV e XVI, Portugal se tornou muito importante na Europa como Estado, povo, língua e cultura, se fazia necessário uma obra literária que retratasse todo esse momento de glória.

O poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões (1525 – 1580), sacia esse desejo do povo português, e se destaca no cenário europeu.
Camões, com todo seu conhecimento literário, filosófico, histórico, político e geográfico, conseguiu com louvor retratar e expressar o Renascimento português.

Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.

A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos.

Características do Classicismo

- Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
- Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
- Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
- Presença da mitologia greco-latina
- Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.

Principais Autoes e Obras

- Luís Vaz de Camões

Um dos maiores nomes da Literatura Universal, e certamente, o maior nome da Literatura Portuguesa.

Escreveu poesias (líricas e épicas) e peças teatrais, porém sua obra mais conhecida e consagrada é a epopéia “Os Lusíadas” considerada uma obra-prima.

Essa obra é dividida em 10 partes (cantos) com 8816 versos distribuídos em 1120 estrofes e narra a viagem de Vasco da Gama às Índias enfatizando alguns momentos importantes da história de Portugal.

Outros escritores existiram, porém não tiveram tanto destaque quanto Camões, são eles: Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro e Antonio Ferreira.

O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões.

Características de uma epopéia

- É escrita em versos.
- O tema é sempre grandioso e heróico e refere-se à história de um povo.
- É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.


Fonte:
· Mundo Educação
· Info Escola

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Resolução de Atividades

Trovadorismo / Humanismo
Apostila 1 - Pag. 03 - Semi-Extensivo

1. Alterantiva d

2. a) O poema estrutura-se em duas séries de estrofes paralelas. A primeira é composta pelas duas primeiras estrofes, e a segunda, pelas duas estrofes finais do poema.
b) A primeira série enfatiza a figura da mulher em seus afazeres domésticos de costura e bordado, e a segunda concentra-se em seu sofrimento amoroso.

3. Alternativa e

4. a) O Onzeneiro é impedido de entrar na barca do Anjo porque leva um bolsão de dinheiro. Apesar de o bolsão estar vazio, ele não esquece que deixou para trás "vinte e seis milhões numa arca". A expressão que indica o motivo é "Porque esse bolsão/tomará todo o navio".
b) O Anjo refere-se ao Diabo, porque teria corrompido o Onzeneiro para que, em vida, se tornasse ganancioso e avarento.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Humanismo

Foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.

Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.

Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.

Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.

O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.

As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.

Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas. São também frutos dessa época os humanistas, homens cultos e admiradores da cultura antiga. Eram individualistas, davam maior importância aos direitos de cada indivíduo do que à sociedade. Acreditavam no progresso, rejeitando a hierarquia feudal.

Através do contexto histórico, podemos perceber que o homem da época rompe com o sistema feudal e com a visão teocêntrica do mundo determinada pela igreja e vai em busca de si mesmo, de novas descobertas e novos valores. O momento é de transição.

A data que marca o início do Humanismo em Portugal é o ano de 1418, quando D.Duarte nomeia Fernão Lopes como guardador da Torre do Tombo, e termina quando Sá de Miranda retorna da Itália, em 1527, empreendendo em Portugal a campanha em prol da cultura clássica.

HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO

Algumas manifestações

Poesia

Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa

Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras

“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

Teatro

O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.

Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças. Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:

Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.

Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Gil Vicente critica, em sua obra, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, desde o papa, o rei o alto clero, até a mais baixa classe social: os feiticeiros, as alcoviteiras e os agiotas.
Acreditando na função moralizadora do teatro, colocou em cena fatos e situações que revelavam a degradação dos costumes, a imoralidade dos frades, a corrupção no seio da família, a imperícia dos médicos, as práticas de feitiçaria, o abandono do campo para se entregar às aventuras do mar.

Sua crítica tem um objetivo: reaproximar o homem de Deus. Nesse sentido, Gil Vicente se revela um homem de espírito e formação medieval, expressando uma concepção teocêntrica, numa época de profundas transformações sociais e culturais. Gil Vicente escreveu mais de quarenta peças. Dentre elas, destacamos:

- Monólogo do vaqueiro
- Auto da alma
- Trilogia das barcas (do Inferno, do Purgatório, da Glória).
- Farsa de Inês Pereira.
- Quem tem farelos?
- O velho da horta.
- Auto da índia

Abaixo, um vídeo retirado do site LivroClip, com elicitando somente o assunto tratado na obra O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.




Fonte:
· Brasil Escola
· Info Escola

Trovadorismo

O Trovadorismo foi um período da literatura portuguesa compreendido entre 1189 e 1434. Nessa época Portugal estava em processo de consolidação do estado português. Enquanto o mundo estava em pleno Feudalismo, e o Teocentrismo dominava o planeta.

Os textos do Trovadorismo eram acompanhados de música e geralmente cantados em coro, por isso são chamados de cantigas. As cantigas podem ser classificadas em dois grandes grupos: cantigas líricas e cantigas satíricas. As líricas se subdividem em cantigas de amor e de amigo; as satíricas em cantigas de escárnio e maldizer.

Os poetas e cronistas dessa época eram chamados de trovadores, pois no norte da França, o poeta recebia o apelativo trouvère (em Português: trovador), cujo radical é: trouver (achar), dizia-se que os poetas “achavam” sua canção e a cantavam acompanhados de instrumentos como a cítara, a viola, a lira ou a harpa. Os poemas produzidos nessa época eram feitos para serem cantados por poetas e músicos.  Os trovadores tinham grande liberdade de expressão, entravam em questões políticas e exerceram destacado papel social. O primeiro texto escrito em português foi criado no século XII (1189 ou 1198) era a “Cantiga da Ribeirinha”, do poeta Paio Soares de Taveirós, dedicada a D. Maria Paes Ribeiro, a Ribeirinha.  As poesias trovadorescas estão reunidas em cancioneiros ou Livros de canções, são três os cancioneiros: Cancioneiro da Ajuda, Cancioneiro da Vaticana e Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa (Colocci-Brancuti), além de um quarto livro de cantigas dedicadas à Virgem Maria pelo rei Afonso X, o Sábio. Surgiram também os textos em prosa de cronistas como Rui de Pina, Fernão Lopes e Eanes de Azuraram e as novelas de cavalaria, como A Demanda do Santo Graal.

Cantigas de Amor

As cantigas de amor são sempre escritas em primeira pessoa e o eu-poético declara seu amor a uma dama, tendo como pano de fundo o ambiente de um palácio. A mulher é vista como um ser inatingível, uma figura idealizada, a quem é dedicado um amor sublimado, idealizado.

Exemplo de Cantiga de Amor:

No mundo non me sei parelha,
Mentre me for’como me vay
Ca já moiro por vos – e ay!
Mia senhor branca e vermelha,

Queredes que vos retraya
Quando vus eu vi em saya!
Mao dia me levantei,
Que vus enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di’ ay!
Me foi a mi muyn mal,
E vos, filha de don Paay
Moniz, e bemvus semelha

D’aver eu por vos guarvaya
Pois eu, mia senhor d’alfaya
Nunca de vos ouve, nem ei
Valia d’ua correa.

Cantigas de Amigo

As cantigas de amigo foram criadas a partir do sentimento popular. Apesar de serem escritas em primeira pessoa como as cantigas de amor, as de amigo apresentam um diferencial: o eu-poético é feminino, apesar de ser escrito por homens. A mulher sofre por se ver separada do amante ou namorado e vive angustiada por não saber se o homem amado voltará ou não, ou se a trocará por outra. O ambiente usado como pano de fundo é a zona rural, ou seja a mulher é sempre uma camponesa.

Exemplo de Cantiga de Amigo:

- Ai flores, ai flores do verde pino,
Se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
Se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
Aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?

Cantigas de escárnio e de maldizer

Esse tipo de cantiga procurava ridicularizar pessoas e costumes da época com produção satírica e maliciosa.

As cantigas de escárnio são críticas, utilizando de sarcasmo e ironia, feitas de modo indireto, algumas usam palavras de duplo sentido, para que, não entenda-se o sentido real.

As de maldizer, utilizam uma linguagem mais vulgar, referindo-se diretamente a suas personagens, com agressividade e com duras palavras, que querem dizer mal e não haverá outro modo de interpretar.

Os temas centrais destas cantigas são as disputas políticas, as questões e ironias que os trovadores se lançam mutuamente. 

Exemplo de Cantiga de Escárnio:

Conheceis uma donzela
Por quem trovei e a que um dia
Chamei dona Berinjela?
Nunca tamanha porfia
Vi nem mais disparatada.
Agora que está casada
Chamam-lhe Dona Maria.
Algo me traz enojado,
Assim o céu me defenda:
Um que está a bom recato
(negra morte o surpreenda
e o Demônio cedo o tome!)
quis chamá-la pelo nome
e chamou-lhe Dona Ousenda.
Pois que se tem por formosa
Quanto mais achar-se pode,
Pela Virgem gloriosa!
Um homem que cheira a bode
E cedo morra na forca
Quando lhe cerrava a boca
Chamou-lhe Dona Gondrode.

Novelas de cavalaria

Surgiram derivadas de canções de gesta e de poemas épicos medievais. Refletiam os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil, mas estavam também impregnadas de elementos da mitologia céltica. A história mais conhecida é A Demanda do Santo Graal, a qual reúne dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Outras novelas que também merecem destaque são "José de Arimatéia" e "Amadis de Gaula".

Autores (Trovadores) 

Os mais conhecidos trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio Soares de Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol.

Mas aqui falaremos apenas sobre alguns.

Paio Soares Taveirós

Paio Soares Taveiroos (ou Taveirós) era um trovador da primeira metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa. 

D. Dinis
 

Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em decadência em terras ibéricas.  

D. Afonso X 

D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII. Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o direito, tendo elaborado a General Historia, a Crônica de España, Libro de los Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, entre outras.

D. Duarte

D. Duarte foi o décimo primeiro rei de Portugal e o segundo da segunda dinastia. D. Duarte foi um rei dado às letras, tendo feito a tradução de autores latinos e italianos e organizando uma importante biblioteca particular. Ele próprio nas suas obras mostra conhecimento dos autores latinos.

Obras: Livro dos Conselhos; Leal Conselheiro; Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela. 

Fernão Lopes

Fernão Lopes é considerado o maior historiógrafo de língua portuguesa, aliando a investigação à preocupação pela busca da verdade. D. Duarte concedeu-lhe uma tença anual para ele se dedicar à investigação da história do reino, devendo redigir uma Crônica Geral do Reino de Portugal. Correu a província a buscar informações, informações estas que depois lhe serviram para escrever as várias crônicas (Crônica de D. Pedro I, Crônica de D. Fernando, Crônica de D. João I, Crônica de Cinco Reis de Portugal e Crônicas dos Sete Primeiros Reis de Portugal). Foi “guardador das escrituras” da Torre do Tombo.

Frei João Álvares

Frei João Álvares a pedido do Infante D. Henrique, escreveu a Crônica do Infante Santo D. Fernando. Nomeado abade do mosteiro de Paço de Sousa, dedicou-se à tradução de algumas obras pias: Regra de São Bento, os Sermões aos Irmãos do Ermo atribuídos a Santo Agostinho e o livro I da Imitação de Cristo.

Gomes Eanes de Zurara

Gomes Eanes de Zurara, filho de João Eanes de Zurara. Teve a seu cargo a guarda da livraria real, obtendo em 1454 o cargo de “cronista-mor” da Torre do Tombo, sucedendo assim a Fernão Lopes. Das crônicas que escreveu destacam-se: Crônica da Tomada de Ceuta, Crônica do Conde D. Pedro de Meneses, Crônica do Conde D. Duarte de Meneses e Crônica do Descobrimento e Conquista de Guiné.


Fonte:

Mas afinal... O que é Literatura?

Discutimos na primeira aula o que vem à cabeça quando ouvimos a palavra "Literatura".
Muitos disseram "livros". Sim, livros. Mas só os livros constituem a Literatura de um povo?

Segundo a Wikipédia, Literatura é:

1) a arte de compor ou estudar escritos artísticos;
2) o exercício da eloquência e da poesia;
3) o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época;
4) a carreira das letras.

A palavra Literatura vem do latim "litterae" que signifca "letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, etc.

Assim como a pintura, a música e a dança, a Literatura também é considerada uma arte. Através dela temos contato com experiências as quais não precisamos tê-las vivido para sabermos como fora. É usando a palavra escrita que o homem expressa e eterniza seus pensamentos, mostra a cultura e forma de vida da sociedade de sua época.

Conhecemos hoje inúmeros escritores os quais se consagraram pela arte de escrever. E temos também muitos outros que hoje escrevem e que, talvez, se tornem escritores consagrados no futuro.

Podemos afirmar também que história e literatura caminham juntas, pois nas obras literárias há muitas características vindas do contexto histórico do país, assim como a nossa literatura, a qual começa na colonização, traz a figura indígena nos textos, depois a inconfidência, o modo de vida na cidade etc.

O objetivo das aulas de Literatura é mostrar toda a trajetória da história e da Literatura ao longo dos anos, até a produção que temos hoje. Por isso a cada escola literária que se passa, mais temos a descobrir sobre nossos grandes escritores.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Trovadorismo em Paródia

Estava assistindo à uns vídeos no Youtube e encontrei esse sobre o Trovadorismo, em forma de paródia.
Não conheço os autores, quanto menos as pessoas que no vídeo aparecem, mas vale a pena assistir! Ficou muito bom!

Estúpido Cupido adaptado para o Trovadorismo:



Gostaram?! ;)

Até mais!

Boas vindas!

Começa aqui a longa jornada da Literatura Brasileira e também da Portuguesa.

Meu objetivo é disponibilizar aos meus alunos tudo aquilo que eu falo muito rápido e não dá tempo de anotar! rss Brincadeira!

Semanalmente postarei o conteúdo da aula dada, procurando sempre colocar algo a mais... Um vídeo, uma imagem.. (Aliás, tem gente me devendo um vídeo estupendo de mim mesma - cof cof - declamando duas cantigas satíricas! rss)

Ah, também disponibilizarei as respostas dos exercícios resolvidos em sala de aula posteriormente.

Fiquem à vontade e lembrem-se: Carpe Diem! ;)

Até mais!