terça-feira, 9 de setembro de 2008

Humanismo

Foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento.

Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado.

Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.

Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu.

Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos.

O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza.

As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.

Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas. São também frutos dessa época os humanistas, homens cultos e admiradores da cultura antiga. Eram individualistas, davam maior importância aos direitos de cada indivíduo do que à sociedade. Acreditavam no progresso, rejeitando a hierarquia feudal.

Através do contexto histórico, podemos perceber que o homem da época rompe com o sistema feudal e com a visão teocêntrica do mundo determinada pela igreja e vai em busca de si mesmo, de novas descobertas e novos valores. O momento é de transição.

A data que marca o início do Humanismo em Portugal é o ano de 1418, quando D.Duarte nomeia Fernão Lopes como guardador da Torre do Tombo, e termina quando Sá de Miranda retorna da Itália, em 1527, empreendendo em Portugal a campanha em prol da cultura clássica.

HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO

Algumas manifestações

Poesia

Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.
O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa

Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.
Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras

“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

Teatro

O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.

Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças. Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:

Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.
“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.

Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.
“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Gil Vicente critica, em sua obra, de forma impiedosa, toda a sociedade de seu tempo, desde o papa, o rei o alto clero, até a mais baixa classe social: os feiticeiros, as alcoviteiras e os agiotas.
Acreditando na função moralizadora do teatro, colocou em cena fatos e situações que revelavam a degradação dos costumes, a imoralidade dos frades, a corrupção no seio da família, a imperícia dos médicos, as práticas de feitiçaria, o abandono do campo para se entregar às aventuras do mar.

Sua crítica tem um objetivo: reaproximar o homem de Deus. Nesse sentido, Gil Vicente se revela um homem de espírito e formação medieval, expressando uma concepção teocêntrica, numa época de profundas transformações sociais e culturais. Gil Vicente escreveu mais de quarenta peças. Dentre elas, destacamos:

- Monólogo do vaqueiro
- Auto da alma
- Trilogia das barcas (do Inferno, do Purgatório, da Glória).
- Farsa de Inês Pereira.
- Quem tem farelos?
- O velho da horta.
- Auto da índia

Abaixo, um vídeo retirado do site LivroClip, com elicitando somente o assunto tratado na obra O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente.




Fonte:
· Brasil Escola
· Info Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário