quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Romance da Caveira

Na última aula falamos sobre as três fases do Romantismo ocorridas em Portugal e ressaltamos os poemas um tanto quanto mórbidos, com cenas de morte e noite, como "O Noivado do Sepulcro" de Soares Passos.

Sabemos que a exaltação de temas noturnos, morte, melancolia, pessimismo é característica forte da segunda fase do Romantismo em Portugal. No Brasil também houve manifestação equivalente, mas veremos com mais detalhes na próxiuma semana.

Em determinado momento lembramos que há uma música brasileira que fala sobre o amor entre duas caveiras. Acredito que a maioria já ouviu.

Ok! Hoje deixarei aqui no blog a letra dessa música, "Romance da Caveira", interpretada por Alvarenga e Ranchinho, e um vídeo que encontrei no YouTube, feito com cenas do filme "A Noiva Cadáver", de Tim Burton.

Aliás, esse filme conta a lenda de um romance que não poderia acontecer pela rivalidade das famílias, pois a moça era de família rica. Como era apaixonada pelo noivo, combinam de se encontrar à meia noite em frente ao cemitério para fugirem e casarem-se. Então, a moça pega algumas jóias da família, algum dinheiro, e fica a espera do noivo em frente ao cemitério. Quando o noivo chega, a mata porque não a ama; queria sua fortuna. Desde então a noiva aparece à meia noite em frente ao cemitério, esperando que o amor perfeito enfim chegue e case-se com ela. Mas o resto da história vocês saberão quando assistirem ao filme.

E na semana que vem, termino a leitura de "O Noivado do Sepulcro" e em seguida coloco o texto aqui pra vocês!

Por enquanto, fiquem com a música que citei:

Romance da Caveira
Alvarenga e Ranchinho

Eram duas caveiras que se amavam
E à meia noite se encontravam
Pelo cemitério os dois passeavam
E juras de amor então trocavam
Sentados os dois em riba da louza fria
A caveira apaixonada assim dizia
Que pelo caveiro de amor morria
E ele de amores por ela vivia
Ao longe uma coruja cantava alegre
De ver os dois caveiros assim feliz
E quando se beijavam então funébre
A coruja batendo asas pedia bis

Mas um dia chegou de pé junto
Um cadáver novo de um defunto
E a caveira por ele se apaixonou
E o caveiro antigo abandonou
O caveiro tomou uma bebedeira
E matou-se de modo romanesco
Por causa desta ingrata caveira
Que trocou ele por um defunto fresco



Até a próxima aula! ;)

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